
se
o cachorro de palha
se consome no fogo
se
nossos dias se esgotam
como um sopro de libélula
se
nossas almas perambulam
pelos palácios noturnos do Hades
e cruzam com Orfeu pálido
que canta seus poemas
com seu corpo unido ao de Eurídice
se
nosso sopro se escoa gélido
e afugenta as ninfas
que choram gotículas
que se evaporam
de encontro aos faunos
se
nossos passos soam trôpegos
ao eco de galhos e folhas secas
que se transformam em poeira
que cruza os umbrais
de um espaço tortuoso
e enfraquecido
pelas dores da Terra
se
os sete cavaleiros
preparam seus corcéis selvagens
para a última cruzada
ao
toque das trombetas eternas
empunhadas por deslumbrantes
e grandiosos arcanjos
roguemos
ao nosso pai Prometeu
que se liberte
das suas potentes algemas
e
nos conduza
na derradeira conquista
que consumirá nossas almas
no ardente fogo celeste
até
que se transubstanciem
nas belas estrelas
que iluminarão com ardor
o novo céu do novo mundo
previsto pelos visionários
profetas e poetas
Abilio
Terra Junior
09/01/2006
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